quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"All I have to do is dream..."

O titulo, é uma das músicas que eu e meu pai adoramos cantar juntos, exatamente como na cena do filme "Os garotos da minha vida" onde pai e filha cantam a canção, enquanto viajam, na estrada. Filme e música sempre me fazem pensar sobre a vida, os sonhos e o papel do meu pai no meio disso. Hoje, voltando do trabalho, vi uma cena que me fez pensar nisso tudo, mais uma vez. Vou explicar;

Estava eu voltando do trabalho, um "pouco mais cedo", mais ou menos na hora do almoço, quando vejo de dentro do ônibus, uma menina, na rua, em frente a um prédio imponente do Bank of America, fazendo um show - um SUPER show! Ela dançava, rodava, colocava as mãos para o alto e fazia caras e bocas. Simplesmente o máximo. O prédio do banco tem vidros espelhados, o que fazia com que ela se visse e se concentrasse na sua atuação, esquecendo completamente o mundo ao seu redor.

Primeira coisa que me passou pela cabeça: como é bom poder ser criança e viver de brincadeiras e imaginações. Poder ser o que quiser, a hora que quiser, em qualquer lugar. Se está cansada de ser princesa, vira pop star, se quer mais aventura, vira super herói. Não há limite, nada é impossivel e a única regra é estar se divertindo. Eu facilmente embarquei na imaginação daquela menina: conseguia ver, assim como ela, no meio daquela rua, o palco, as luzes e a platéia se empolgando com ela. As pessoas passando com pressa para resolver alguma coisa dentro do banco, se apagavam completamente naquele cenário de tanta alegria.

Essa liberdade que as crianças tem de poder entrar num mundo só delas, onde não há preocupação com vergonha, "o que vão pensar de mim" e um relaxante "deixa as responsabilidades pra lá" é fantástico, encantador! Sim, dá vontade de voltar a ser criança.


De repente me dei conta, de que além das pessoas que passavam na rua, tinha alguém que permanecia ao lado da menina. Era uma mulher, parada, falando ao telefone, muito nervosa, parecendo estar bem preocupada. Essa pessoa, que concluí ser a mãe da criança, por sua vez, também parecia estar concentrada em sua própria ação esquecendo o mundo ao seu redor. Estava de costas para a filha e desinteressada no resto, a única coisa que lhe envolvia era a tal conversa no telefone, que parecia precisar de uma solução urgente.

Portanto, mãe e filha não se viam. E apesar de tão próximas, viviam um curto momento de realidades muito distantes.

Comecei a pensar em como a vida muda a gente de lugar sem que a gente perceba. Daqui a pouco passará um vento nessa rua e a menininha sonhadora estará no papel da mãe preocupada. E o vento, por ser leve e passageiro, não se faz perceber. Quando nos damos conta, já estamos lá sem tempo para imaginações, e sem humor para brincadeiras...

Antes que o ônibus andasse, pude pensar em mais uma coisa, (foi tudo bem rápido, nem tava engarrafado, eu é que penso demais gente! hahaha). Os vidros do banco eram espelhados como eu disse, daqueles que, quem tá fora não vê quem ta dentro, mas quem ta dentro enxerga tudo do lado de fora. Portanto as pessoas trabalhando no banco podiam ver a menina. Que engraçado devia estar sendo pra eles, assistir ao show. hahaha Sim, porque ela estava virada para o vidro como eu disse, fazendo toda sua coreografia, jogando todo seu charme na direção dos que lá trabalhavam.

Ao mesmo tempo, deviam estar pensando, "porque é que eu estou aqui já tão cansado se o dia ainda está no começo, e eu estou apenas sentado em frente a este computador, enquanto ela tem energia para dançar e sorrir". Para alguns, o dia de trabalho é tão cansativo e chato que ver essa criança deve chega a doer. Pensar na energia que você gostaria de usar em outras coisas, e em tudo que preferia estar fazendo ao invés de estar alí.

Ok ok! Eu sei que eu dramatizo pra caramba, e faço de uma coisinha corriqueira do dia a dia, uma super cena de cinema. Mas pelo menos divindo tal viajem com vocês, vocês podem entender porque eu decidi estudar filme! hahaha

E se isso fosse mesmo um filme meu...aí vai a mensagem que eu gostaria de passar:

Se você se indentificou com o personagem da mãe: pare um segundo para ver que tem gente ao seu redor, que continua sonhando. É bom para as crianças, quando estão brincando, esquecer o mundo real que os cerca, mas para você, não. Quando você abrir os olhos, verá que preocupações são apenas um pequeno detalhe dentro do enorme cenário em que você está presente. E que problemas passam, assim como os ventos...que nos trocam de lugar. Vá brincar um pouco enquanto você ainda tá numa posição que dá pra dançar!!!!!

Se você se indentificou com os banqueiros assistindo ao show: para mim, você está no lugar certo, com o olhar direcionado pra coisa certa! Mas não sei se você já se deu conta dessa sua sorte. A gente tem que tomar cuidado para que os sonhos não transformem nossos dias de trabalho em relatos de frustração e lutas contra o relógio. O fim de semana tá aí pra você fazer o que quiser, a hora que quiser. Além disso, de vez em quando, você pode esquecer que está no trabalho e dar uma brincadinha...

Se você se indentificou com a criança: vai ser ótimo quando você perceber que realizar é melhor que sonhar. O super herói que você queria ser também está em resolver problemas do dia a dia e encontrar a felicidade em meio a tantas coisas que vão contra a sua vontade. Mas para ser o pop star (lê-se, pessoa bem sucedida) você tem que parar de só sonhar e construir alguma coisa. Comece por tomar decisões. A primeira delas: lutar de verdade pelo seus sonhos!

Gente! Imagino o que vocês estão pensando: "Essa garota se empolgou e tá se achando a voz da sabedoria para sair dando conselhos para todo mundo." Nããããão gente! Não estou com a pretensão de aconselhar ninguém, além de mim mesma. Pois graças ao meu pai (voltando a ele), me encontro no meio de toda essa situação. Sendo um pouco de cada um do três personagens.

Com meu pai, aprendi a importância de ser o cara centrado no trabalho, pensando nos sonhos que serão proporcionados graças a ele. Por causa disso, tenho buscado ser cada vez melhor no meu trabalho, para ser cada vez mais o que sonho. Aprendi a importância e o valor das preocupações, pois se não pensarmos muito bem no que vamos fazer, não chegaremos a lugar nenhum. E graças ao meu pai, sou a criança que sonha, sonha e vive um sonho...! Por que ele, ao meu lado, se preocupa por mim, e trabalha olhando para mim...dançando...imaginando o futuro.

Obrigada papai!!!! :)

Letra do resto da música, e o video da cena do filme, para que vocês continuem sonhando... mas preste atenção também quando a música diz:

"only trouble is I'm dreaming my life away..."



All I Have To Do Is Dream   
All I Have To Do Is Dream   Dreeeeeam, dream, dream, dream Dreeeeeeam, dream, dream, dream When I want you in my arms When I want you and all your charms Whenever I want you, all I have to do is  Dreeeam, dream, dream, dream  When I feel blue in the night And I need you to hold me tight Whenever I want you, all I have to do is  Dreeeeam  I can make you mine, taste your lips of wine Anytime night or day Only trouble is,  I’m dreamin’ my life away  I need you so that I could die I love you so and that is why Whenever I want you, all I have to do is  Dreeeam, dream, dream, dream....

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Devaneios...

(não é realidade, é só uma reflexão. Mas pode chamar de loucura.)



Ontem de manhã saí para caminhar. Fui andando, andando, até que encontrei uma pedra.

Ela era grande, estava no meio do meu caminho, chutei pra longe e continuei andando.


Alguns passos depois, encontrei a pedra de novo. NO-MEIO-DO-CA-MI-NHO. Não que ela estivesse me atrapalhando. Na verdade, a primeira vez que chutei foi só de implicância. Mas encontra-la de novo? Achei um abuso. Chutei a pedra com mais força para deixar claro minha intenção de tirá-la da minha direção.


Andei, andei, andei e mais mas vez, topei na pedra. Ela queria mesmo chamar minha atenção...ficar no meio do meu caminho. Mas, porque??? Ora...pedras não tem razão, nem motivos.


Não sei bem se era ela no meu caminho, ou eu de encontro a ela.


Na dúvida, mudei de direção. Não queria mais aquela pedra, perturbando a minha manhã.


Andei, andei, andei. Me perdi, me perdi, me perdi. Até encontrar.... a mesma pedra outra vez. Fiquei aliviada! Tinha me achado. Mas logo depois da paz daquele encontro, me veio de novo a perturbação. Mas que droga, aquela pedra de novo, aquela coisa, que já a esse ponto me incomodava... Me incomodava por querer estar alí, chamando minha atenção, distraindo meus pensamentos, sem ter porque, sem ter o que dizer...


Como ela não se movia...deixei ela para trás e continuei andando, fingindo que não ligava. Mas atrás de mim eu sentia...a pedra ainda me olhava. E só de saber que me via, já me incomodava.


E mesmo depois de um dia, continei pensando na pedra. O que poderia eu fazer para tirar aquela pedra do meu camiiinho?


Mais nada. Pois ela finalmente tinha conseguido o que queria, ficar sempre comigo, grudada em meus pensamentos. Já era...agora ela já estava dentro de mim.


Há partes de nós, que não podemos tocar, comandar, nem entender. Apenas aceitamos que mesmo esses pedaços incovenientes do nosso ser, formam o que somos.


Seres humanos imperfeitos.



Deus, por favor: transforme a pedra em flor!!!


Escrito ontem a noite 08/12